60pm - Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura Brasileira

Os efeitos das mudanças climáticas têm sido tema central em diversos fóruns internacionais, e o Brasil, como um dos maiores produtores agrícolas do mundo, enfrenta desafios únicos. No contexto atual, onde as temperaturas recordes têm afetado grandes regiões de produção, os impactos sobre a agricultura brasileira são significativos e exigem resposta imediata.

Temperaturas acima de 40ºC já são observadas em várias partes do país durante o meio do dia, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, principais polos de produção de soja e milho. As consequências não se limitam à redução das colheitas. Agricultores relatam dificuldades crescentes de manter a produtividade em níveis sustentáveis. Estimativas indicam que, em 2024, houve uma redução de 15% na produção de grãos comparada aos anos anteriores.

Enquanto os grandes produtores buscam soluções tecnológicas para lidar com a situação, pequenos agricultores, sem acesso a investimentos de grande porte, sentem mais intensamente os impactos das mudanças climáticas. Esse cenário aumenta a pressão sobre políticas públicas para promover suporte e adaptação tecnológica na agricultura. A Convenção Mundial sobre Clima e Agricultura, que acontecerá em Brasília em setembro de 2025, será crucial para definir novas diretrizes globais e locais.

Além disso, o efeito das mudanças climáticas não é sentido apenas na quantidade de produção, mas também na qualidade dos produtos agrícolas. Doenças e pragas tornaram-se mais prevalentes devido ao clima mais quente e úmido em muitas regiões. Os ministros da Agricultura e Meio Ambiente já declararam planos para ofensivas mais fortes no combate a essas pragas, um problema que se amplifica ano após ano.

Organizações não governamentais têm pressionado por medidas mais drásticas e ampliação dos incentivos a práticas agrícolas sustentáveis. Nesse contexto, o programa 'Agricultura 60pm', que incentiva práticas regenerativas, está ganhando tração entre agricultores preocupados com o futuro.

As dinâmicas climáticas globalmente não mostram sinais de reversão a curto prazo, o que levanta questões sobre a segurança alimentar e econômica que precisam estar no centro das agendas políticas e empresariais nos próximos anos. O sustentento de milhões de brasileiros depende de ações assertivas e colaborativas entre diferentes setores da sociedade.